Cresci em meio a mulheres machistas.
Ouvi minha vida inteira, mulheres me falando como ser uma moça descente, como eu devo me vestir e me comportar para arranjar namorado e consequentemente, um bom marido. Confesso que não segui nenhuma dessas “regras de bom comportamento”.
Eu ouvia o quanto era importante eu saber cozinhar, lavar roupa, limpar a casa e agradar meu “marido”. Eu deveria passar os meus finais de semana limpando a casa, lavando roupa, deixando tudo limpo e cheiroso enquanto ele assistia o seu futebol. Isso só serviu para alimentar o meu repúdio por casamento, que dura até hoje.
Em certa tarde, sem nada para fazer, assisti o novo programa da Record Geraldo Brasil. Em um quadro do programa aparece um casal com a relação desgastada, a mulher anda desmazelada, sem vontade de se arrumar, desempregada... Enfim, ela enfrenta vários problemas de autoestima. Daí é claro, eles promovem uma grande mudança em seu visual, renovam seu guarda roupa e à transformam de gata borralheira em Cinderela. Entre uma transformação e outra, ela recebe dicas de como deixar o seu marido apaixonado, como por exemplo, esperar o marido na porta para que ele note que é importante para você. Dicas um tanto machistas, já que a mulher recebe as dicas, as transformações e o marido (que parece um paspalho) não ouve uma palavra de psicólogo, nem é julgado por ninguém.
São programas como este que alimentam a visão machista das pessoas. Se um casal está com a relação desgastada, a culpa não é apenas da mulher. O homem também precisa mudar alguma coisa, o homem também precisa ceder.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
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